Matsuri Boy: um conto de Dj Ero-senin
DIA 2
“Diário, hoje foi um dia confuso, confuso demais pra mim, tive boas noticias mas que me trouxeram conseqüências na muito boas, sexta e sábado vai ter um matsuri, na praça japonesa do centro, meu lugar favorito da cidade, vou lar pra passar um tempo as vezes antigamente eu via um cara sentado, no gramado atrás do navio, bem debaixo da placa dos imigrantes, ele tinha um cabelo engraçado estava sempre lendo algo, as vezes levava uma amiga ou outra, nunca ficava com elas, acho que eram só amigas, mas pelo jeito que ele conversava com elas, eu vi que ele fazia o mesmo que eu, ele aconselhava elas, e tinha prazer nisso, um dia fui conversar com ele, cara legal otaku também gostava de matsuri mas não sabia dançar, gente boa, tinha uma namorada que morava em Maringá, longe pra caramba mas pelo menos ele namorava alguém eu pensei, e pelo jeito ama muito ela, falei com ele umas duas vezes, mas ele me disse que começaria a trabalhar então, faz muito tempo que não o vejo, não me lembro do nome dele mas ele tinha um apelido engraçado que eu também não lembro, me ensinou muito sobre aconselhamentos e ouvir, tinha o mesmo código de honra que eu, cara legal, espero que ele vá no matsuri nesse fim de semana.”
“Mas o cara da praça não é meu enfoque, estava feliz de saber que haveria matsuri aqui, preciso dançar, no matsuri me liberto, fico feliz, nada me entristece, esqueço meus problemas, anestesia minha mente, preciso dançar.”
“No cursinho (inferno) eu estava conversando com a Yuki, e ela estava me falando os planos dela pro fim de semana, ela como uma menina normal de 18 anos como ela se referia iria sair pra balada sexta feira, sábado iria num churrasco com alguns amigos, e domingo iria dormir o dia inteiro, penso que esse seria tipo de fim de semana bem estilo jovem normal, mas eu não sou normal, não quero ir numa balada, não quero ir num churrasco, quero aproveitar meu matsuri, dançar de noite e de dia perambular pelo evento vendo as atrações culturais, quando falei dos meus planos de fim de semana Yuki me disse que eu perderia meu tempo lá e que ficar vendo apresentação de Taiko e ficar comendo com pauzinhos Cup Noodles é coisa pra louco, no resto do dia ela pareceu um pouco estranha começou a falar menos comigo, ela odeia mesmo festas nipônicas.”
“Depois das aulas mesmo meio emburrada a gente andou um pouco juntos, passeamos pelo centro conversando menos que o normal, acho que ela não gostava do fato de eu ser otaku, as vezes acho que ela tem vergonha de mim, bom, descemos até a praça japonesa ela não reclamou de ir até la mas me perguntou o que eu via de tanta graça, era apenas uma praça nada mais, mas eu via mais, eu via um lugar pra pensar, eu via meu lugar, meu recanto secreto, sentei–me com ela naquele mesmo local onde o tal garoto sentava quando eu o via, ela estava ao meu lado, linda como sempre, aqueles belos olhos estavam querendo me falar alguma coisa, ela me pediu desculpas por ser grossa antes, já percebi, ela não gosta nem um pouco de matsuri, ela me olhou com um olhar tão feliz que so aquilo poderia já ser motivo o bastante pra me fazer feliz pra sempre.”
“Acho que detalhei demais um mero momento (sou uma besta mesmo) aquela alegria dela se tornou minha tristeza, ela estava feliz porque se declarou para o Tiago, e ele disse que realmente queria conhecer ela um pouco mais, e talvez poderia rolar algo serio, fiz minha melhor cara de feliz por ela (sorte que sou um bom ator), mas como sabe eu sofri, mas mesmo sofrendo, encorajei ela a ficar com o Tiago, espero que ele seja um cara legal.”
“Agora estou aqui, escrevendo em você meu pedaço de papel, sofrendo, com o coração um pouco mais partido, mas correto do que eu fiz, se ela quer ser feliz com ele, não seria certo que eu me intrometesse pra acabar com isso, faço isso porque é certo, e como digo o certo é certo e o certo pode valer a pena, mesmo eu chorando a cada noite minha consciência me faz levantar cada dia com a cabeça erguida, alguém um dia vai me amar....”
CONTINUA...
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