terça-feira, 29 de março de 2011

Dia 6 da vida de Kenzo

Matsuri Boy: um conto de Dj Ero-Senin


Dia 6


“Diário, hoje foi um dia diferente dos outros, não fui muito especial, mas ele teve suas peculiaridades.”


“Não vi a Yuki hoje, que pena, passar um dia longe dela não é mais uma coisa normal pra mim, ouviria até ela falar do Tiago pra mim, agüentaria isso pra ficar do lado dela, mas um ou dois dias sem falar com ela não vai me matar, hoje fui novamente ao matsuri, mas desta vez fui um pouco mais cedo, gostaria de ver as apresentações de taiko, e dançar o Bon Odori, coisa que não faço muito frequentemente, a festa estava animada, não tinha muita gente, mas havia muitas pessoas que eu conhecia, estava passando no meio da praça quando vi uma apresentação de kendo, mas o mais interessante era que do outro lado da praça vendo a mesma apresentação estava lá o garoto que eu me lembro que ficava lendo na praça, seu cabelo tinha crescido muito, estava conversando com um cara que eu reconheci pela camisa que era do kendo de Maringá, ele deve estar com aquela namorada dele ainda, que bom, ele é um cara gente boa, ela deve ser uma garota muito legal também, quando eu ia lá falar com ele, o Marcos pulou nas minhas costas, quase cai no chão, fui engraçado, me olhou com aqueles olhos tão azuis que chegavam a brilhar, e fez uma piada besta sobre que ele preferia estar na frente e não atrás de mim mas como eu era um descendente de japonês isso não faria diferença, fiquei realmente nauseado com a imagem que surgiu na minha cabeça, mas assim era o Marcos um cara animado, que as garotas estavam sempre correndo atrás dele, mas ele preferia os namorados dela, era com certeza um cara de se dar risada.”


“Ao lado dele o inseparável Fabio nos três na verdade éramos inseparáveis, que nem na vez que começaram a ofender o Marcos por ele ser gay, então nos entramos no meio da discussão que se transformou numa briga de cinco contra três, mas ninguém imaginava que o Fabio lutava muay thay, o Marcos era bom de briga e eu luto caratê, então depois de muita porrada, e alguns cortes feios no lábio, conseguimos ganhar, já éramos bons amigos, mas depois dessa viramos os melhores, Fabio me disse que hoje a namorada dele viria pra festa também, eu gosto da Jéssica, ela não gosta de dançar, mas gosta de ver a gente dançando, o Fabio adora ela e ela ama ele demais, o casal da turma, então como de costume caem nas piadas minhas e do Marcos, que só pra dar medo no pobre Fabio diz que se a Jéssica largar ele, ele vai ser dele, então o Fabio fica todo com medo, chega a ser hilário.”


“E mais uma vez aconteceu, uma menina bem lindinha chegou no Marcos e pediu pra ficar com ele, não censuro ela, Marcos é alto, magro, com olhos tão azuis que penetram na sua alma, o tipo de cara que pode ter a menina que deseja, mas ele não deseja meninas, fomos comer um pouco quando o sol ia se pondo, Jéssica começou a falar que eu precisava de uma namorada, porque eu parecia meio solitario, ela estava certa mas não a admitir isso pra ninguém, então apenas dei risada e falei que não tinha tempo pra namoradas, já era um psicólogo pra milhares de meninas com seus problemas, e tinha que me dedicar aos meus textos, Marcos já falava que do que eu precisava era de sair mais, concordei com ele, mas eu não gostava de sair muito, de repente senti aqueles olhos em cima de mim de novo, olhei pra trás e a vi, a mesma menina loira de ontem que me olhava, Fabio percebeu isso e mandou eu ir falar com ela, não fui, tive vergonha.” “Então chegou a hora o matsuri iria começar, nos colocamos na nossa clássica formação “Matsuri Boy” eu no centro, Marcos a direita e Fabio a esquerda sempre dançamos assim, então


colocamos o nome disso de formação matsuri boy, Jéssica ficou sentada perto do pessoal que ia dançar filmando o Fabio, e lá fomos nos, começamos a dançar, e mais uma vez tudo de mal se foi, mais uma vez s exista eu e a musica, mas uma vez minha mente se tornou vazia e meu corpo se moveu na forma das coreografias do matsuri, lindo era ver todas aquelas pessoas dançando junto com a gente, o taiko ditando o ritimo, e o povo dançando, lá do outro lado também dançando a garota que me observava agora percebi que ela era muito bonita mesmo, e dançava bem, e uma hora e meia depois acabou, tudo o que é bom dura pouco, depois da dança passei mais uma hora mais ou menos com meus amigos, e voltei pra casa, este dia foi realmente bom.”


“Mais um dia, volto pra casa com o coração pulsando de felicidade, com sorrisos e alegrias enchendo meu peito, não houveram sofrimentos hoje, mas sinto falar com e Yuki, mesmo eu sofrendo por ela, mas não interfiro porque não é certo, e procuro fazer o certo, porque o certo é o certo e o certo algum dia pode valer a pena...”


CONTINUA...


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