segunda-feira, 28 de março de 2011

Dia 3 da vida de Kenzo

Matsuri Boy: um conto de Dj Ero-senin

Dia 3

“Diário, hoje foi um dia em que muitas coisas aconteceram, algumas eu gostei, e de muitas quero esquecer, como todos os dias desde que comecei a escrever este relato de meus dias, mais um dia no cursinho (maldito intensivo), cujo as malditas aulas nem valem a pena ser citadas aqui.”

“Como sempre eu estava ao lado da Yuki, isso faz meu da melhorar e muito estávamos conversando sobre nossos gostos musicais, eu não gosto muito de musica ocidental, ela já sabe disso, mas ainda sim fica insistindo pra eu dar minha opinião sobre aquelas malditas duplas sertanejas que ela ouve, quando as musicas não são uma tortura lancinante, digo que são legais e os caras tem talento (mesmo eu achando um lixo), mas quando são aquelas que façam que eu queira furar meus ouvidos com uma agulha eu digo que “não fazem meu estilo, mas se ela gosta de boa”(o que na verdade eu quero dizer é que aquele lixo só serve de material de tortura e eu preferiria ter um ataque epilético ou ter meu cérebro incinerado dentro do meu crânio a ter que ouvir mais um segundo daquele lixo) eu como tenho consciência do perigo, nem mostro as musicas que eu ouço pra ela (não quero ter minha cabeça arrancada ainda) porque senão ela nunca mais falaria comigo, ela odeia JRock, na verdade ela odeia qualquer coisa oriental, ela mesmo me disse que queria ter nascido descendente de européia, porque odiava ser japonesa e tudo o que vem do Japão.”

“Depois da aula(tortura medieval) e depois que ela me fez avaliar mais de uma hora daquela musica sertaneja (nada melhor do que jogar sal e suco de limão numa ferida aberta) nos descemos até a sorveteria fomos tomar um belo sundae, e conversar um pouco, eu como sempre admirava cada movimento dela, aquele cabelo que ela tem tão negro e tão brilhante, tão longo, tão liso, tão lindo, aquilo mexe comigo, nos dois demos risadas de muitas coisa (se temos uma semelhança com certeza é pra rir o contar piadas) e toda vez que ela sorria meu mundo se iluminava, a cada dia estava mais apaixonado.”

“Mas de repente minha alegria acabou, num elogio minha alegria acabou, enquanto estávamos morrendo de rir ela me olha bem fundo nos olhos(quando aqueles olhos encontraram os meus foi um momento mágico, senti um arrepio em todo meu corpo, parecia que aqueles olhos conduziam eletricidade) e me disse com aquela voz doce, “Kenzo você é um cara incrível, você é meu melhor amigo, é o irmão que eu nunca tive, mas gostaria de ter tido, a partir de hoje você é meu maninho, mano Kenzo”.”

“Meu mundo acabou, segurei todas as minhas vontades, e sorri, tirando alegria da agonia do meu peito, pelo menos ela gosta de mim de algum jeito eu pensei, mas acho que seria melhor se ela me odiasse, doeria menos, mas como eu não podia demonstrar isso apenas deu uma gargalhada forte e disse “então você seria minha maninha e eu na deixaria nenhum engraçadinho se aproximar de você” de repente ela ficou vermelha de vergonha e começou a rir e me disse que ela é uma maninha bem esperta e que daria as escapadas dela, foi divertido mas a dor não diminuía, então ai que a doeu mais ainda, ela começou a falar do Tiago, e todas as esperanças que tinha sobre ele, e todas as qualidades dele, todos os dotes dele, o quão ele era bom musico e ele iria fazer sucesso, e ele disse que iria compor uma musica pra ela (grande coisa se ela me pedisse eu poderia compor uma musica e três línguas pra ela) que ele fazia faculdade de veterinária (a mãe dele deve estar doente e ele quer tratar ela) era super inteligente, lindo, carismático e tudo mais, juro quase virei as costas e sai andando, mas não faria isso nunca com a Yuki, esse cara parece ser perfeito, e que bom pra ela que ela encontrou um cara tão legal, não posso dizer que fico feliz por ela, não posso mentir a esse ponto, mas posso passar a impressão que isso é bom.”

“Mais um dia, mais uma vez volto pra casa, mais uma vez volto com o coração um pouco mais partido, mas volto com a consciência limpa, fiz o certo, não por mim, mas por ela e pelo certo, pois sei que fiz o certo e pelo certo eu sofro, mas o certo é o certo e o certo algum dia pode valer a pena...”

CONTINUA...

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